sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Brincadeiras para a estimulação

O brincar envolve a espontaneidade e a criatividade com aceitação das regras. É brincando que a criança se humaniza, conciliando-se de forma afetiva, criando vínculos afetivos. Com a brincadeira a criança dá continuidade à características válidas para outras espécies vivas, prolongando, aperfeiçoando e especializando sua autonomia e sociabilidade,ajudando-a a atravessar sua infância e adolescência.
De acordo com Oliveira (2005):

O brincar do bebê tem uma importância fundamental da construção de sua inteligência e de seu equilíbrio emocional, contribuindo com sua afirmação pessoal e integração social. As estruturas mentais são orgânicas e só se desenvolvem se houver possibilidade de expressão e comunicação com o meio. (OLIVEIRA, 2005, p.16).

É a partir da brincadeira que o bebê manifesta-se de fora para dentro, de forma automática. Suas primeiras formas de se expressar permitem agir com o contato íntimo significativo com o outro, pois não há possibilidade de aprendizagem e humanização fora do convívio social.
Os jogos, são uma nova forma de desenvolvimento humano que permitem o desenvolvimento da coordenação motora, pois os jogos funcionam como exercício psicomotor, sendo neste processo as próprias crianças suas terapeutas,
Os principais métodos de amadurecimento das funções cerebrais são os jogos. Por exemplo: a bolinha de gude, ioiô, arco, gangorra, balanço, pipa, pião, pular corda, bola, amarelinha, andar sobre latas, perna d pau, esconde-esconde, jogo da velha, estilingue entre outros na variedade da cultura regional. Todos os tipos de jogos proporcionam prazer em cada fase do desenvolvimento da criança, pois contribuem significativamente para o sistema nervoso ( psicomotores e cognitivo).
Permitem uma manifestação livre, embora devam ser adequados à estimulação das necessidades que a criança apresenta. Portanto a escolha das atividades para auxiliar no processo evolutivo infantil, deve corresponder às necessidades e expressões do nível de desenvolvimento alcançado pela criança, e também do ambiente em que ela esteja inserida.
Os brinquedos são classificados seguindo cada fase da criança: do nascimento aos quatro meses, dos quatro aos oito meses, dos oito aos doze meses, de um ano a um ano e meio, de um ano e meio a dois anos de idade e assim consequentemente. Os brinquedos sugeridos aos primeiros anos de vida possuem características diferentes daqueles recomendados às fases evolutivas da criança, eles devem ser atrativos e estimuladores. Consideram-se os mais utilizados e mais conhecidos: móbile de fitas, chocalho colorido, móbile de animais, pulseirinhas ou tornozeleiras sonoras, capas de mamadeiras chocalhos transparentes, móbile de figuras e guizos, bóias coloridas, tapetes de figuras, caixinhas surpresas entre outras.
A partir dos dois anos de idade o educador deve adequar-se as atividades mais apropriadas à necessidade de cada aluno, partindo de um pressuposto de desenvolvimento das percepções da criança. Qualquer atividade, por menor que seja, auxilia diretamente no desenvolvimento global da criança.
O trabalho realizado a partir de movimentos com o mundo interno e externo possibilita ao indivíduo perceber, atuar, agir com o outro, com objetos e consigo mesmo. Emprega uma concepção de movimento integrado e organizado, resultado da ação de sua individualidade, de sua linguagem e de sua socialização.
Quando há um desenvolvimento cognitivo lento, provavelmente há um atraso no desenvolvimento motor, ou seja, os movimentos da criança são prejudicados, dificultando a realização de atividades, nas quais as crianças com desenvolvimento cognitivo, considerados normal, realizam com mais facilidade.
É impossível separar as funções motoras, as neuro-motoras e perceptivo-motoras, das funções puramente intelectuais e da afetividade. Um organismo bem estruturado é a base para a aprendizagem, consequentemente as deficiências orgânicas e não orgânicas podem condicionar ou dificultar o processo de desenvolvimento, onde não há dualidade entre psique e corpo.
Os jogos possibilitam às crianças com deficiência mental exercitarem suas funções psico-sociais, experimentar desafios, investigar e conhecer o mundo de maneira natural e espontânea. Diversos aspectos são estimulados de acordo com o ritmo e com as capacidades da criança deficiente mental, além de permitir o desenvolvimento de outras áreas, como por exemplo: a criatividade; a memorização; a cooperação e solidariedade; a concentração; a linguagem; a motivação; a aquisição de conceitos; a motricidade; a capacidade de discriminar, julgar, analisar; a competitividade; a socialização; a confiança em si e em suas possibilidades, o respeito às regras e o controle emocional.
Os brinquedos e os jogos podem e exercem um papel importante no desenvolvimento da criança, pois proporcionam habilidades psicomotoras, adquirindo valores, criatividade, afetividade, capacidade e potencialidade intelectual.
A infância, nas series iniciais é um período importante no desenvolvimento da criança deficiente, onde é a fase em que o mundo favorece a exploração e elaboração de conhecimentos.
São diversas as fases da criança, onde a mesma esta em constante transformação, com ritmos de desenvolvimento diferenciados umas das outras. Os jogos sempre tiveram um enfoque na elaboração de técnicas e métodos de ensino dos deficientes mentais, procurando responder as necessidades de educar estas crianças.
Algumas vezes, a criança deficiente mental não demonstra interesse por determinados brinquedos e atividades lúdicas, mas mesmo assim, percebe-se a necessidade de incentivá-la mostrando como os brinquedos funcionam, e estimulando sua participação em brincadeiras. As quais permitem uma relação entre abstrato e o real. Dessa forma, brincadeiras que imitam a vida real, oportunizam o desenvolvimento dos jogos simbólicos da criança deficiente mental.
Segundo Aufauvre (1987), Cunha (2000), Ide (1990), Mantoan (1992), entre outros, acreditam que o jogo é um recurso que favorece o desenvolvimento da criança deficiente mental.

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